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"Os nossos antepassados (...), criaram um mundo de sombras, e nas suas profundezas, colocaram a mulher, elegendo-a como a mais branca das criaturas. Se a brancura é indispensável á beleza suprema, então, para nós, não havia outra possibilidade (...). As raças brancas têm cabelos claros, mas o nosso cabelo é escuro; por isso a natureza ensinou-nos as leis da escuridão, que são instintivamente usadas para tornar branca uma pele amarela. Já falei do costume de escurecer os dentes, mas a ausência de sobrancelhas, não seria também um artíficio para destacar a cara branca? O que me fascina mais do que tudo, é aquele baton verde iridiscente, hoje em dia já raramente usado, mesmo pelas geishas de Quioto. Não se pode saber do seu poder, a não ser imaginando-o sob a luz baixa e instável duma vela. (...) Não conheço nada mais branco do que a pele duma jovem, sob essa luz, os dentes dum preto lacado, brilhando por momentos quando sorri (...). It is whiter than the whitest white woman I can imagine. A brancura da mulher branca, é clara, tangível, familiar, it is not this other-worldly whiteness. Talvez a última nem sequer exista. Talvez seja apenas um jogo de luz e sombra, que dure um momento apenas. Mas mesmo assim, é suficiente. We can ask for nothing more."
"In praise of shadows", JUNICHIRO TANIZAKI
"In praise of shadows", JUNICHIRO TANIZAKI
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