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domingo, 7 de novembro de 2010

ZAZEN - MEDITAÇÃO ZEN

Os adeptos da filosofia Zen  dizem que uma mente "não-Zen" persegue ideias como um macaco corre atrás de amendoins. Zen é treinar a mente para que, desperta para o bater do universo, possa permanecer ao mesmo tempo relaxada e calma. Isto implica supostamente esvaziá-la das preocupações do dia a dia, sejam elas uma comichão num pé ou aquele sonho recorrente de ganhar no Euromilhões uma quantia suficientemente grande para poder ir viver para o Japão o resto da vida. Sem brincadeiras, a prática Zen, exige uma rígida disciplina física e mental.
O templo de Chokoku-ji, em Nishi-Azabu, Tóquio, todas as segundas-feiras no final do dia, oferece uma oportunidade aos curiosos: uma pequena escapadela Zen. Rick Kennedy, no livro "Little Adventures in Tokyo", descreve essa experiência:
"Apresente-se ás 6.45pm na área de recepção. Descalce-se, guardando os sapatos na prateleira da genkan, a entrada. Ajoelhe numa almofada face á pequena mesa e inscreva o seu nome no livro do templo, deixando a pequena quantia de 100 yen na caixa de ofertas. Um dos monges há-de conduzi-lo através dum corredor estreito até um "tatami room" onde se poderá desfazer das meias, relógio ou qualquer peça de roupa que o possa incomodar. Sendo um neófito, será levado novamente para a recepção, onde deverá esperar juntamente com todos os outros neófitos por um monge que os conduza ao Hon-do para receber instruções quanto à forma de se sentar, colocar as mãos enquanto anda, como fazer gassho para saudar outra pessoa, o modo apropriado de se sentar na almofada na clássica posição zazen, tornozelo direito na coxa esquerda, tornozelo esquerdo na coxa direita, costas absolutamente direitas, olhos semi fechados, respirando regularmente (...). Tudo é explicado em japonês, mas é suficientemente claro. (...) Precisamente às 8pm, passa-se ao Zen-do. Os praticantes experientes, já lá estão. na posição requerida, de face para a parede. (...) E ali estamos nós. Os pensamentos giram à nossa volta como mosquitos, e estamos mais desconfortáveis do que algum dia já estivemos. As pernas em fogo. Mas, a sala com 60 pessoas está absolutamente silenciosa, ninguém parece mexer um milímetro ou produzir o mais pequeno som. Gradualmente deixamos de sentir as pernas e os nossos pensamentos tornam-se "fuzzy, drifting, lazy". É então que o mestre fala suavemente e começa o canto dos sutras, depois o som do enorme tambor e o bater rítmico de blocos de madeira. E acabou. Estivemos sentados 40 minutos." Os monges em aprendizagem sentam-se em Zazen (meditação Zen) durante seis horas por dia, regulando o corpo e a respiração, atingem o mu (um estado de receptividade sem conflitos). Sete vezes no ano há retiros em que praticam Zazen desde as 3am até às 11pm.

Foto: BANZAI, Parque de Ueno, Tóquio

16 comentários:

Anónimo disse...

Admiro muito essa forma de meditação.
Beijos na alma, amiga.

Lívia Azzi disse...

Verdadeira arte da contemplação, do bem viver, e da plenitude. Descobrimos nossa liberdade no momento em que nos desiludimos de que poderia haver escolhas melhores ou piores, mais seguras ou mais arriscadas do que outras. Ir ou ficar deixa de ser o problema, não importará se haverá completudes ou garantias, mesmo assim, ou justamente por isso, o presente se tornará o momento mais belo de nossa vida. Atingir essa idéia na prática, ou melhor, para consolidar essa práxis, precisa-se mesmo de uma rígida disciplina física e mental.

Beijos, amiga!

Adorei essas duas últimas postagens, fez-me divagar...

Beth/Lilás disse...

Amiga Lolipop!
Nunca consegui ou mesmo tentei por mais de 10 minutos relaxar totalmente minha mente, digo isso quando estou por aqui, numa cidade cheia e meio barulhenta. Só consigo um pouco sair deste ritmo quando estou em minha na montanha, por lá sim, posso ficar quietinha e ouvir a fonte que tenho na varanda, ou barulhos de grilo e pássaros. Noutra noite escutei uma coruja a piar e um sapo a coachar, mas por aqui isso é tão raro, só mesmo vozes humanas ou barulho de buzina.
Teu post me transportou para este templo Zen e fiquei a imaginar-me lá sentada naquelas posições e ouvindo os tambores. Demais!
Muito bom estes posts que a gente consegue visualizar direitinho o que quer dizer esta filosofia Zen!
beijos grandes, muitos.

Nilce disse...

Oi Margarida
Precisava muito da meditação zen, mas te confesso que não consigo esvaziar minha mente. Fiquei aqui sentindo tudo como na declaração. Primeiro que a posição eu não coseguiria. Pense nas dores que iria sentir, ou não sentir mais nada. rsrs

Ah como eu gostaria muito de um dia conseguir me concentrar tanto assim. Quando fazia tai chi em outra cidade que morei, amava e me sentia tão bem. Os movimentos suaves e o lugar em que praticávamos, perto de um rio, me acalmavam tanto.
Mas com tantas mudanças, quando começo uma coisa, logo mudo. E por aqui, agora que voltei a conseguir algumas.

Bjs no coração!

Nilce

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Querida Loli.

Como tudo é fascinante e relaxante.
Senti-me nessa paz, quase já totalmente integrada, por uns instantes... foi tão bom!!!

Obrigada amiga.
Beijos e bom Domingo.

Talles Azigon disse...

amor estou no perido do vestibular aqui mais essa semana eu regularizo e ponho em dia ^^ amo o Banzai

Desabafando disse...

Muito interessante, eu faço meditação de vez em quando e confesso que é difícil quando o corpo começa a doer e ficar dormente de tanto tempo na posição mas com o tempo vc entra num estado bem legal de harmonia interior aí sente uma paz muito grande quando acaba.

Ana SSK disse...

Quanta tranquilidade, quanto equilíbrio!

Vitor Chuva disse...

Olá, Margarida!

Não sei se conseguiria suportar essa posição cruzada das pernas( sem arranjar um traumatismo sério...) durante o tempo necessário para conseguir levar o pensamento para longe das preocupações do dia-a-dia, mas acho que seria interessante a experiência.
Mas, sinceramente, também acho que seria bem mais fácil atingir o estado de nirvana experimentando ganhar o Euromilhões...

Obrigado pelo simpático comentário.

Beijinhos.
Vitor

Andy Santana disse...

Queria ser mais adepto a momentos de reflexão! preciso encontrar meu eu interior...

beijokas

Tatiana disse...

Querida Margarida!!
É incrível como um ato tao simples pode ser tao difícil em alguma ocasiões, treinar a mente a se acalmar!!
Aprendi a meditar com 18 anos, infelizmente nao sou constante,mas quando sento e consigo acalmar a mente....que maraviiiiiilha!!!
Pena que nao logro essa sensação em todas as minhas sentadas..rs.
A minha mente nao paaaaara...o coisinha nervosa..rs.
Definitivamente preciso meditar mais!!!
Que bom que voce gostou la do post da Flavia e agradeço por ela o selinho aí do lado!!!
Hoje meditarei com certeza...o seu post me motivou muito!!
Beijocas!!

Wanderley Elian Lima disse...

Admiro muito essa disciplina, ma confesso ter uma grande dificuldade de concentração, não sei se conseguiria ficarem silêncio absoluto.
Tenha uma linda semana
Bjux

Janita disse...

Olá Margarida.

Lá pensar eu penso muito, por vezes até demais.
Mas, uma coisa é pensar e outra é meditar profundamente ao jeito da meditação ZEN!

Se um dia arranjar tempo vou praticar esse tipo de meditação. Quem sabe se as dores que sinto nas costas me desaparecem e os músculos do pescoço deixam de parecer cordas de viola...

BEIJOS
Janita

Denise disse...

Olá minha flor!

Admiro quem consegue meditar diante dos problemas e a correria do dia-a-dia.

Não consegui até agora trazer este equilíbrio, sou muito agitada... rs! Mas vou tentar.

Bjinhos carinhosos

Anónimo disse...

Loli (permite-me a intimidade da abreviação?), estou te devendo comentários em todos seus novos posts (sei que não sou obrigado, mas faço questão).

Sobretudo, estou devendo a minha "história" (que, na verdade, é até banal. Fiz suspense à toa) com o Budismo Zen.

Ultimamente estou com pouquíssimo tempo livre e vou continuar devendo essas coisas por mais alguns dias. Mas não pense que é pouco caso da minha parte ou que eu me esqueci, ok? Aos poucos vou pagando minhas dívidas, rs...

P.S.: Embora eu gostasse bastante do antigo visual do seu blog, também gostei muito do novo!

Anónimo disse...

P.S.: Fiz o comentário neste post porque foi o último que li com atenção (os outros eu li meio que na correria). Depois, quando eu voltar para pagar minhas "dívidas" e falar sobre minha relação com o Budismo Zen, o farei nesse post. E aí farei comentários mais decentes nos outros posts também.

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