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domingo, 30 de maio de 2010

A GEISHA E O CÔNSUL

Durante 250 anos, o Japão, foi governado pelos shoguns, que mantiveram uma política de total isolamento do país, mantendo-o afastado dos perigos e influências do resto do mundo, até que, numa brilhante manhã do Verão de 1853, a pacata cidade de Shimoda e o resto do Japão foram despertados, não suavemente como na história da Bela Adormecida, mas mais abruptamente, com a chegada dos kurofune (Navios Negros) do Comodoro Matthew Perry (mais sobre isso no Banzai, aqui).
A chegada dos assustadores e fumegantes navios Americanos, pôs em marcha um processo que viria a finalizar esses dois séculos e meio de isolamento, levando á queda do Shogunato Tokugawa, e mais tarde ao retorno do Imperador ao Trono do Crisântemo (ver Banzai)
Depois do Tratado de Shimoda, assinado em 1854, e que estabelecia a abertura de três portos ao comércio com o exterior, o primeiro Cônsul Americano, Townsend Harris, instalou-se no Templo de Gyokusenji nos arredores de Shimoda, em 1856. E é aqui que começa a história que queria contar. Uma história envolta em lenda e com diferentes versões, mas que deu origem a diversos livros, filmes, e peças de teatro kabuki, e é lembrada em Shimoda através de museus e dum túmulo.
Em Shimoda havia uma geisha de nome Saito Kichi, dotada de imensa beleza e talentos, reza a história que teria sido notada pelo cônsul e que este teria exigido os seus serviços através das autoridades locais, oferecendo-lhe como pagamento uma soma considerada uma fortuna. Diz-se também que foi com relutância e forçada, que ela terá sido levada num palanquim enviado por Harris para a transportar até ao Templo. Mas, apenas três dias depois, o Cônsul prescindiu dos seus serviços, argumentando que era portadora duma doença de pele. A partir daí começou a ser chamada de Tojin Okichi (a concubina do estrangeiro), e a ser ridicularizada pelos locais, não só pelo seu contacto com um "bárbaro", mas também por ter sido rejeitada. Começou a beber, abriu um restaurante que não conseguiu manter (o edificio ainda existe) e acabou por pôr termo à vida, afogando-se. Não é uma história com "happy end", mas reflecte um retrato da época e também da crueldade das pessoas.

9 comentários:

disse...

Estava torcendo por um final feliz...mas nem sempre acontece. Bjos e uma linda semana!

Anónimo disse...

Uma vez ouvi um historiador dizer que
devido à composição química dos produtos que usavam para pintar a cara muitas geishas ficavam com a pele arruinada.
É de facto uma história muito triste.

Um abraço

MikMary

Betty Gaeta disse...

Sim, faltou um Happy end. Se a foto que vc postou for dela, ela era linda.
Qtop as deusas do cinema, este é um primeiro post, pretendo colocar outras vezes com outras estrelas, inclusive com a Lauren.
Bjkas e uma ótima semana.

lolipop disse...

Lamento, mas a foto não é de Okichi. Tinha-a guardada nas minhas imagens e foi retirada um dia, do Fickr, mas já perdi a fonte.
sorry...
OBRIGADA a todos pelos comentários!

Nilce disse...

Oi, Margarida

Fiquei sem poder ler os posts esses dias. Estou meio atrapalhada porque agora quero e gosto de por as leituras em dia.
Não estou bem. O frio realmente acaba comigo. Mas passa.
Obrigada pelo carinho e preocupação.

Bjs no coração!

Nilce

Elisa no blog disse...

Que história triste. Essa época foi traumática para muita gente no Japão. Está passando uma série de TV mais ou menos desse período que se chama Ryoma Den, conhece? Estão todos assustadíssimos com as mudanças daquela época.

Ângela disse...

saudades Margarida! a quantidade de maquiagem que elas usavam não permitiam que a pele respirasse, as vezes produzindo problemas na pele.
Li isso em um livro sobre maquiagens exóticas que no momento não me recordo o título. Margarida posso copiar esta imagem?, adorei esta foto.
beijokas.

Andreia Inoue disse...

nossa que historia triste.
:/

Betty Gaeta disse...

Tem um blog, chamado Superziper, que ensina a fazer (ou dobrar) o furokishi. Tem até vídeo por lá.
Bjkas e um bom dia.

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