"Boon: Have you got any brothers or sisters?
Man: Do you mean me? ( Touching his nose. )
Boon: Well, there's nobody else in here. ( laughter from Boon not shared by the young man )"
Este episódio confundiu verdadeiramente Boon, que dele tomou nota no seu livro de curiosidades. Seria o jovem surdo ou neurótico? Mas, seis meses depois, tinha ouvido a mesma questão retórica em situações similares, colocada por dezenas de pessoas claramente nem surdas, nem neuróticas. Isso acontecia quando chamados a responder a uma questão pessoal, ou a indicar a sua preferência ou opinião sobre um assunto em discussão. De uma forma ou outra, a questão, singularizando-os, desafiava-os a destacarem-se rompendo a simbiose com o colectivo, e isso, era encarado com relutância.
"The framing of questions in Japanese was an art, an instrument to be handled with great delicacy and care."
A pergunta japonesa tipíca, é aquilo que em tribunal se considera como sugestivo, cheia de brechas e possíveis escapatórias e, tão afastada do que entendemos por uma questão quanto possível.
O facto de o sujeito ser omisso em quase sessenta por cento das frases em japonês, pode talvez ser lido em termos similares.
Curiosamente, encontrei nas minhas pesquisas o blog de alguém a quem foram úteis as reflexões de Morley, para consolidar uma relação com uma japonesa: "(...) I put Morley into practice with a diffident vengeance: shying away from any attempt at precision, using qualifiers like "perhaps", "maybe" or "apparently"; omitting the subject of a sentence, or the verb, speaking, in effect, a kind of ethereal English that mimicked the oblique, tentative quality of spoken Japanese. And the wonderful paradox was that the vaguer my speech, the more definite Ayako´s affections became."
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