Morley/Boon, estuda Japonês na Universidade de Waseda em Tóquio, mas é necessário algum tempo para que descubra a cosmologia das palavras satélite e sons diversos que circunscrevem uma frase em Japonês sem um sentido ou propósito aparente. Antes de aprender a falar é necessário adquirir a arte do preâmbulo, tentativo, oblíquo, e anterior a este uma série de sons antecipatórios indicando dúvida, concordância, encorajamento, atenção, ou o que quer que seja que a postura pré-discurso requeira. Uma sobrancelha erguida, um dedo acusador, um rosto onde se lê emoções, tudo isto seria demasiado explícito, perturbando o delicado balanço de ambiguidades tão querido dos japoneses. Um som vindo do fundo da garganta, os lábios fechados ou apenas entreabertos, é menos intrusivo do que o gesticular das mãos, que viola, eventualmente, fronteiras invisíveis e muda sem aviso as configurações em que os falantes se dispõem. Os japoneses parecem apreender o significado do que é dito pela maneira como foi dito.
Boon, sente que é aceite como falante da língua, somente à medida em que, aos seus próprios ouvidos, se torna progressivamente inarticulado.
"They appeared to mistrust eloquence." reflecte Boon, ao mesmo tempo que aponta para uma crença endémica Japonesa nas vantagens de ser vago, de deixar as coisas implícitas em vez de, sendo totalmente claro, assumir responsabilidade por qualquer tipo de consequências.
"Men who were naturally fluent cultivated rethorical penury, a shambling, diffident mode of speech, as the best recommendation for integrity and shrewd judgement."
Post Scriptum: Esta série de posts sobre a problemática da linguagem, é dedicada à Ana, aka Pukinha, minha única seguidora desde o início, e uma das escassas almas que lê o Banzai.
1 comentários:
Temos, urgentemente, que iniciar a divulgação deste blog - pelo seu interesse cultural e para todos os que amam incondicionalmente a cultura oriental!
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