Antes, muito antes do body-building e da corrida aos ginásios, Yukio Mishima, o jovem frágil, dispensado por isso do serviço militar, submeteu-se a um intenso e punitivo regime de exercício num ginásio de Tóquio, para adquirir a imagem de samurai com que o identificamos ainda hoje.Talvez nessa transformação existisse o desejo, comum aos samurais, de que o guerreiro deve estar sempre preparado para a morte, não só mental como físicamente. Diz-se que Mishima, teria, cerca duma semana antes do seu suícidio ritual, contactado o mestre de tatuagens Owada Mitsuaki, com o intuito de gravar nas costas um "lion-dog" e uma "peónia", ambos símbolos particularmente queridos na cultura japonesa. Convenhamos que seria ouro sobre azul, num seppuku já de si digno de palco. Infelizmente não concretizáveis em tão curto espaço de tempo. Mishima era um admirador confesso de esculturas clássicas musculadas. Na sua casa havia uma réplica de Apolo no jardim.
A 4 de Novembro de 1970, o seu discurso às Self-Defense Forces, reunidas perante o edificio do gabinete do General Mashita, foi acompanhado pelos media.
"Eu pensei que vocês fossem guerreiros. Se assim é porque é que estão a salvaguardar uma Constituição que nega a vossa própria existência?" - Talvez Mishima tivesse antecipado a ausência de impacto das suas palavras. Talvez, como diz o seu biógrafo John Nathan, tivesse escolhido este cenário, com palco alargado. para o suícidio com que sonhava desde há muito. Mas o seu seppuku, para além da simbologia nacionalista, foi também a destruição do Narciso, no auge da beleza, antes que surgisse a decadência.
A 4 de Novembro de 1970, o seu discurso às Self-Defense Forces, reunidas perante o edificio do gabinete do General Mashita, foi acompanhado pelos media.
"Eu pensei que vocês fossem guerreiros. Se assim é porque é que estão a salvaguardar uma Constituição que nega a vossa própria existência?" - Talvez Mishima tivesse antecipado a ausência de impacto das suas palavras. Talvez, como diz o seu biógrafo John Nathan, tivesse escolhido este cenário, com palco alargado. para o suícidio com que sonhava desde há muito. Mas o seu seppuku, para além da simbologia nacionalista, foi também a destruição do Narciso, no auge da beleza, antes que surgisse a decadência.
19 comentários:
Olá, queridissima amiga...
Uma história que nos faz pensar não é mesmo?
A crença é um coisa inexplicavél, quando acreditamos em profundo nada e nem ninguém nos fara pensar diferente, acho que Mishima prova isso!
Adorei ler à história!
Beijos e muito carinho minha querida amiga a qual adoro!
Querida Margariga!
So sorry honey!
Hoje só te deixo um beijinho!
Volto mais logo.
Ná
ola queridona,
eu ja tinha lido um pouquinho sobre a historia dele,triste ne?
um beijaooooo e mais do que nunca adoro o seu blog pq ele sempre nos mostra historias interessantes de uma maneira light sem deixar de informar detalhes importantes,beijaooo.
Yukio Mishima:
"Se o inimigo é superior a ti, para que brigar?
Se o inimigo é inferior a ti, para que brigar?
Se o inimigo é igual a ti, compreenderá o que tu compreendes, então, para que brigar?"
É a máxima de Mishima.
Se sabemos o resultado de uma discussão, se compreendemos ser inútil o desgaste...
Legal seu blog!!
[ah, se por acaso houver algum erro na citação de Mishima, me desculpe, mas já faz muitos anos que o li]
Lolipop, querida!
Interessante a história deste personagem que eu, particularmente, desconhecia. Gostei de saber por aqui, aliás tenho aprendido muito sobre a cultura japonesa contigo e com meu amigo Alexandre.
Obrigada.
beijos cariocas
As crenças nos transformam, paz.
Beijo Lisette.
As crenças nos transformam, paz.
Beijo Lisette.
Lolipop,
Seu post nos faz pensar em muitas coisas: qual o sentido e o significado da vida? E vai além, abrangendo questões metafísicas: o que há além deste mundo?
O homem é tão pouco programado pela natureza que comete até suicídio! Por isso, Rousseau utilizou o seguinte jargão: “A vontade fala ainda quando a natureza se cala”. E Sartre vai de encontro a esse mesmo pensamento quando ponderou: "A existência precede a essência".
Um beijo!!
O ser humano é imprevisível, sua mente é capas de coisas que jamais imaginaríamos.
Beijos
Olá minha querida Margarida,
Mais uma história que estou aprendendo através do seu blog, adorei!
Tenha um dia iluminado!
Bjos carinhosos
Olá, Margarida!
Aos olhos da civilização Ocidental, esta velha prática, ou ritual, de ir ao encontro da morte é no mínimo estranha, e certamente não muito fácil de entender - e ainda mais a pensamento de quem a pratica.
E, pelos vistos, muito séculos depois de ter sido iniciada, ainda continua a ser apelativa para alguns que continuam a ver nela uma forma de exibir coragem, dignidade,ou de auto-elevação ao estatuto de heróis - perante os seu concidadãos.
A mente humana é, definitivamente, muito complexa...
Um abraço; bom fim de semana.
Vitor
Oi Margarida!
Que lindo conto, apesar de triste.
Retribuo a visita e as palavras de um excelente fim de semana!
Beijo n'alma.
Muito obrigado pelo carinho. Aprendi muito com teu post.
Oi Margarida,
Mais uma história incrível que vc nos apresenta.
Vc conhece o Vieira Calado? Eu não sei dizer se foi ele que começou a frequentar o meu blog ou eu o dele primeiro. Sei que o meu blog está no blogroll dele. Eu adoro o que ele escreve, mas não tenho nenhum livro dele, pois ele é inédito no Brasil. Hj ele comentou no blog qe vai lançar um livro por aqui.
Acho a poesia dele muito forte, intensa. Gosto muito!
Bjkas e um ótimo final de semana para vc.
http://gostodistonew.blogspot.com/
Oi Margarida!
O blog esta novo... esta lindo!!
Eu que estou atrasada com as minhas leituras... sniffff Esse final de semana coloco em dia...
Muitos beijos!!!
Mi
Sweet friend!
A amiga Giarda sabe!
Ela é mesmo o máximo e minha convidada lá no Rau!
Adorei o conto!
Sei que para nós, Ocidentais, este ritual é impensável, assustador e até pecaminoso. Por sua vez, no Oriente é visto de forma até digna, louvável.
O poder das crenças é tão discutível!!!
Beijinhos,
Ná
PS. Amanhã quero saber tudo!~
Lucky you!
Oi querida!
Sempre nos premiando com a sabedoria do oriente!
Mais do que conhecimento nos leva também a refletir.
Bom final de semana
Gd beijo
Salve! Amiga de amigos
Vinha retribuir a visita e sou recebido por um dos meus heróis: Yukio Mishima.
Fiquei rendido. Voltarei sempre.
Salutas!
Gostei dos ensinamentos...
Kisu!
Enviar um comentário