No século XVI, SEN NO RIKIU ( 1522-91), transformou a cerimónia do chá, substituindo os requintados artifícios então em voga, por uma estética espartana onde ecoam as imperfeições do mundo natural. Uma história contada por OKAKURA KAKUZO no livro THE BOOK OF TEA , ilustra de forma perfeita o que doutra forma seria difícil de explicar.
Rikiu observava o seu filho, enquanto este limpava o pequeno jardim que antecedia a casa de chá. Quando ele deu a tarefa por terminada, disse-lhe que não estava suficientemente limpo e que seria preciso tentar novamente. Depois de uma hora a esforçar-se, o rapaz dirigiu-se ao pai:
" Pai, não há mais nada para ser feito. Os degraus foram esfregados três vezes, as lanternas de pedra e as árvores foram salpicadas com água, as ervas e musgos estão brilhantes. Nem uma folha eu deixei no chão. "
" Criança tonta! Não é essa a maneira como deve ser limpo um caminho num jardim! "
E avançando, abanou uma das árvores, espalhando ao longo do caminho algumas folhas douradas e vermelhas, pequenos fragmentos do brocado do Outono.
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