Tóquio, não tem muito para oferecer ao turista convencional. Os critérios por norma usados para avaliar uma cidade, estão aqui largamente ausentes, e a metrópolis infinita e aparentemente caótica, não se encaixa nos "standard sightseeing". Tóquio, tem antes que ser explorado, por assim dizer, e para utilizar uma expressão de John David Morley, "com chopsticks". Ignorando o geral e procurando o particular, os pequenos detalhes. A cidade começa a fazer sentido, se for vista como uma série de painéis, digerindo apenas um ou dois de cada vez. O encanto e os laços que se vão criando, unem-se a pequenos segmentos da cidade, ou mesmo a um único edificio.
Não podemos em Tóquio definir um centro, e da mesma maneira não há também noção do sítio onde começa ou acaba. No livro de Abe Kobo, "The Ruined Map", as coordenadas da cidade são impossíveis de localizar. Escritores estrangeiros que viveram algum tempo em Tóquio, definem a cidade mais em termos imaginários do que concretos, como se esta se revestisse da natureza enigmática e indecifrável dos sonhos.

Tóquio, a cidade do Palácio invisível, que somos livres para imaginar. Como imaginamos por vezes os arranha céus de Shinjuku, tal como William Gibson os descreve em "Idoru", cobertos de uma substância orgânica, parecendo movimentar-se, "...a movement like osmosis or the sequential contraction of some sea creature´s palps."
Tokyo, my city!
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