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terça-feira, 23 de março de 2010

LOST IN TRANSLATION - IV

Quando os leitores do Banzai nem sequer completavam os dedos duma mão, escrevi uma série de três artigos sobre as nuances e subtilezas da língua Japonesa, tendo como fonte as reflexões de John David Morley num dos meus livros de eleição: "Pictures From The Water Trade - The extraordinarily evocative, at times erotic, story of an Englishman's discovery of Japan". Agora, quis por um lado, voltar ao assunto, por outro, que esses posts fossem lidos por mais gente ( e eventualmente comentados).
A língua Japonesa, é rica em fórmulas ou padrões convencionais de discurso, para enfrentar qualquer situação do dia a dia, aos quais é difícil fugir. Boon, sendo hóspede em diversas uchi (casas japonesas), viu o seu estudo dos padrões de discurso na vida doméstica facilitado.
"Uma pessoa que sai de casa, por exemplo, dirá itte kimasu! (I go and come), gerando a resposta gnóstica itte'rasshai! (Then go and come)...Alguém voltando a casa, gritará tadaima! ( just-presumivelmente uma contracção de I have just got back), a que os presentes replicam com o coro lacónico de o-kaeri nasai! (Return!) num tom que lembrava a Boon uma prece. (...) Não havia outras alternativas. Para alguém que saísse ou voltasse a casa eram estas as palavras ou mais nenhumas, e na experiência de Boon, não eram só algumas pessoas que ás vezes as diziam, mas todas as pessoas, sempre. Isto tocou-o como sendo um facto remarcável. Os livros dedicados ás crianças nos primeiros anos de escola ilustravam bem esta natureza "formulaic" da linguagem. Havia fórmulas que determinavam como uma carta deveria começar, por norma indagando do estado de saúde do destinatário, pergunta que era logo seguida por considerações acerca do estado do tempo, existindo para cada estação, e até para cada mês, uma fórmula adequada. Boon encontrou essas mesmas frases em cartas escritas por representantes de três gerações."
Para os posts antigos sobre o assunto, ver etiqueta abaixo.

1 comentários:

MT disse...

Comecei a ler seu blog ontem, sou brasileira, neta de japoneses, mas não sou muito ligada à cultura japonesa. Você deve ser portuguesa, porque tem muitas palavras que não conheço, desculpe-me a ignorância.
Continue firme no blog, estou gostando de ler.
Abraços.
Margareth

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