Anunciei ontem a primeira vaga de rebentos cor de rosa a atrair a atenção dos Japoneses. Já não falta muito para a chegada da sakura (cherry blossom) e para as famosas "hanami parties": grupos de colegas, amigos e familiares, reunidos sob as cerejeiras, em parques e cemitérios, partilhando comida e sake, compondo haiku, brindando aos amigos, presentes e ausentes e ás flores de cerejeira. Em plena floração e beleza, a sakura dura apenas uns dias. Depois, tão depressa como chegaram, as flores caem como "confetti". Durante a sua breve explosão, simbolizam a efemeridade que atravessa todos os seres vivos, a beleza que deve ser apreciada antes que se torne apenas numa memória. Os Japoneses, mais do que ninguém, beberam do Budismo Zen, a consciência de que vivemos num mundo de impermanência e ilusão e de que o amor pela Natureza inclui a celebração do momento evanescente, da vida que vai fluindo, do presente. A "morning-glory" (ipómeia), é uma das flores mais comuns no Japão durante o Verão. Aparece em jardins, muros, cercas... É uma flor com uma peculiaridade: floresce fresca todas as manhãs, e morre ainda antes da tarde. Nunca se encontram flores do dia anterior.
Breves mas gloriosas.
Breves mas gloriosas.
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