Depois de subir mais do que uma vez ao 52º andar das Roppongi Hills, donde, anunciam se vê em dias claros, e me ter sentido " like a fool on the hills ", decidi subir ao 72ºandar da Landmark Tower em Yokohama, continuando sem o vislumbrar. Sempre esperançosa rumei até á base do dito que decidiu cobrir-se nesse dia de nuvens. Fiz a viagem até Kyoto num shinkansen ( comboio bala ) que juro era igualzinho áquele em que no " LOST IN TRANSLATION " a Scarlett Johansson faz a mesma viagem. Com uma enorme diferença. Na dela, o MONTE FUJI, aparece emoldurado na janela. Na minha não. Não conseguindo, então, até agora, contemplar o "cone perfeito", decidi que a visão esplendorosa do dito não passava dum mito urbano.
Mas, claro que não é bem assim...Quando Tóquio ainda não se chamava assim, i.é, no período EDO, há numerosos relatos que indicam que o Fuji-san se via de miríades de ângulos na cidade. E, não é por acaso, que no séc. XVIII, o famoso pintor HOKUSAI, pintou as suas THIRTY SIX VIEWS OF FUJI.
As peregrinações ao M. Fuji eram muito populares durante o período EDO. Uma espécie de culto desenvolveu-se depois do eremita Jikigyo Miroku ter feito meditações no cume da montanha. Mas, os idosos, os doentes e os mais pobres, não podiam fazer a peregrinação. Jardins de templos com miniaturas do monte, providenciavam um substituto. As mulheres, na altura proibidas de fazer a escalada, eram benvindas a trepar essas miniaturas. No início do séc. XIX, havia réplicas do Fuji em Fukagawa, Yotsuya, Asakusa, Komagome e outros sítios espalhados pela cidade.
A 1 de Junho, o dia de abertura da " climbing season ", os que não podiam subir em peregrinação, vestiam-se de branco e purificavam-se lavando-se com água fria, antes de fazerem as suas preces.
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